O comandante da Polícia Militar, coronel José dos Reis Anastácio, e o secretário de Segurança Pública, Reni Graebner, falaram na manhã desta segunda-feira, 16, sobre a convocação da Força Nacional de Segurança Pública feita pelo governador Tião Viana neste fim de semana.
Agências de notícias do Acre
Anastácio e Graebner afirmaram que os policiais da Força estão no Acre para garantir a tranquilidade da população em caso de nova paralisação dos policiais militares do Acre, que estão em negociação salarial com o governo do Estado.
Neste fim de semana, com o apoio de seus familiares, eles impediram, inclusive, que policiais que desejavam trabalhar pudessem exercer suas funções normalmente, bloqueando a entrada e saída de viaturas do quartel.
“Como havia uma intranquilidade no Estado com a paralisação dos policiais militares, o governador Tião Viana solicitou o apoio da Força Nacional de Segurança. Cabe ressaltar que esses homens estão no Acre para garantir a tranquilidade em caso de necessidade, pois a população não pode ser prejudicada. Até o momento o clima é de tranquilidade, já que os militares estão trabalhando normalmente. Esperamos que esse seja o clima daqui para frente, já que o governo em nenhum momento fechou as portas para negociação”, disse Anastácio.
O comandante também desmentiu informações divulgadas no fim de semana de que os homens da Força Nacional de Segurança estariam sendo alimentados com os donativos arrecadados durante a campanha feita em prol dos desabrigados da cheia do rio Acre. Em outra informação também divulgada no fim de semana, fez-se crer que os mesmos policiais estariam no Estado para executar a reintegração de posse de uma área de terra em litígio na região do igarapé Judia.
“Nada disso é verdade. A Força foi pedida em função da intranquilidade daqueles dois dias. Vai ficar aqui fazendo algumas outras operações e atuar nas missões que forem necessárias”, explicou o comandante.
A Força Nacional de Segurança começou a chegar ao Acre no fim de semana. O coronel Anastácio não soube precisar o número exato de policiais que já estão no Estado, mas informou que outros ainda estão sendo esperados durante a semana. Como os manifestantes suspenderam a paralisação, a Força ficará de prontidão e ajudará o Estado em diversas outras ações de segurança, como o combate ao contrabando e ao tráfico de drogas na fronteira. “A gente espera que não seja necessário o uso da Força Nacional. Nós confiamos na nossa tropa, confiamos no senso de responsabilidade que cada um deve ter”, disse o comandante.
O secretário Reni Graebner disse que os homens da Força Nacional estão instalados no Centro Integrado de Ensino e Pesquisa em Segurança (Cieps). Ele informou que o Estado presta o apoio logístico aos policiais, mas reforçou que eles são pagos pelo governo federal. Assim como afirmou o coronel Anastácio, Graebner garantiu que a Força Nacional deverá atuar de forma a garantir a tranquilidade no Estado e que, como governo e manifestantes estão chegando a entendimentos quanto às manifestações, a tropa deverá ser bem utilizada em outras atividades. “Como não existe mais crise no momento, vamos empregá-los na segurança auxiliar e nos pontos mais nevrálgicos que tenham no Estado, como em alguns bairros onde há a necessidade de um reforço no patrulhamento”, contou o secretário.
O coronel Anastácio negou que a presença dos membros da Força Nacional no Acre seja uma retaliação ao movimento dos PMs acreanos e afirmou que o governo está aberto ao diálogo com a categoria. Ele explicou que as negociações estão avançando e que no próximo dia 27, os representantes dos policiais e a equipe econômica do governo sentam para mais uma rodada de negociações. “A partir do dia 27, a Secretaria de Fazenda vai trazer para a mesa de negociações mais detalhes e mais números para apresentar a todos. O governador pediu para que os técnicos dessa área fizessem um levantamento minucioso, inclusive com projeções financeiras para o restante deste ano e também para 2012, para que a gente possa apresentar aos policiais a melhor proposta de ganho possível”, explicou o oficial.
Comando diz que quebras da ordem e da disciplina serão punidas com rigor
O coronel Anastácio afirmou que governo e manifestantes têm a possibilidade de firmar acordos salariais que beneficiem os militares e que não prejudiquem financeiramente o Estado. Mas ele alertou que isso só será possível se houver um respeito mínimo à ordem e à disciplina institucional. Ele deixou claro que os que não respeitarem esses princípios serão punidos exemplarmente.
“Todos os atos de indisciplina serão apurados com rigor. Não haverá excessos, mas não deixaremos de apurar nenhum ato sequer”, ressaltou o comandante da PM.