Nos dois últimos dias o grande destaque do noticiário policial foi o treinamento de policiais militares do Rio, juntamente com agentes penitenciários, policiais militares de outros estados e fuzileiros navais, de uso de armas não-letais. Dentre as unidades representadas, estava o BOPE.
As matérias tentavam passar a idéia de que – de forma inédita – as armas não letais estavam para serem implantadas na PM do Rio. E que o BOPE, “símbolo da letalidade”, quem diria, estava usando armas não-letais.
Alguém precisa avisar para esse povo que a compra de armamento não-letal, nem esse curso, nem o emprego desse armamento pelo BOPE, nada disso é novidade. E que não tem nada de espantoso o BOPE utilizar armamento não-letal. Estranho seria, como Tropa de Elite que é, se não utiliza-se essa alternativa tática.
Não posso nem culpar a imprensa por tamanho serviço de desinformação, porque tenho quase certeza que isso saiu dos “órgãos oficiais”.
Mostrar que o estado está investindo em armamento não-letal faz o governo sair bonito na foto. Chamar a imprensa e colocar os policiais para fazer demonstrações, conceder entrevistas, posar para fotos elogiando a “grande novidade” é uma bela resposta para a visibilidade dos casos “balas perdidas” e de alta letalidade policial (número de mortos por ação da polícia).
Porém, que fique bem claro algumas coisas.
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